Pelo menos sei que nunca estou sozinha. Essa tristeza tá sempre aqui comigo, em cada esquina, em cada beco, em cada pedacinho da minha alma.
. No meio da estrada .
Sem medo, sem pressa. Só a certeza de que é preciso continuar.
domingo, junho 18, 2023
segunda-feira, fevereiro 20, 2023
domingo, fevereiro 19, 2023
Cheguei ao fim. Mais uma vez. Uma última vez.
Quero morrer. Quero muito, desesperadamente, loucamente, que minha existência chegue ao fim.
Minha base de apoio, minha família (e só), são os mais infelizes pela minha vida. Eu nunca trouxe nada além de sofrimento, dívidas e desgosto.
Já planejei meu suicídio milhões de vezes, e se você pudesse entrar em minha mente por alguns segundos entenderia porque.
Eu estou cansada de chorar, estou cansada de ser insuficiente, estou exausta por acordar mais um dia. E nada mudar.
Eu tinha um único sonho. Uma única vontade, se você preferir. Eu queria viajar, tentar entender mais sobre cultura, sobre pessoas. E por esse motivo eu lutei, ao máximo, todos os dias, pra me sentir bem comigo mesma. Pra aceitar minha presença, pelo menos.
Mas eu perdi essa batalha. Dessa vez eu terei coragem de ir até o fim, e por isso o meu adeus.
Eu nunca serei a pessoa que queria ser. Eu nunca vou alcançar nenhum objetivo. Ninguém pode dizer que eu não tentei. Bipolar, borderline, depressão recorrente: nada disso importa. Eu sou uma pessoa carregando um tornado de infelicidade e lágrimas dentro de mim. E eu cansei de lutar contra, dessa vez eu vou até o olho do tornado. E não pretendo voltar.
Vivam uma vida leve e feliz, porque sei que vocês podem. E não me culpem, por favor. Só eu sei o tamanho da minha dor.
sexta-feira, novembro 10, 2017
Suicide diary.
No decorrer dos anos eu me tornei uma adolescente emotiva e contida, que não contestava ninguém, detestava conflitos e chorava todos os dias, escondida no banheiro ou no quarto quando tinha certeza de que ninguém estava por perto. Eu fui obrigada a amadurecer antes do esperado, atropelando todas as fases da vida, vivendo como uma adulta responsável e preocupada desde muito muito cedo. Afinal, questões sobre o sentido da vida e porque você deve viver se deseja desesperadamente a morte mudam as perspectivas de uma pessoa.
Aos 19 me deram um diagnóstico, eu sofria de depressão maior porque era portadora de um transtorno de personalidade. Passei a conhecer mais antidepressivos que muitos farmacêuticos, ler mais sobre transtornos mentais do que desejava e nunca deixei de ser extremamente infeliz. Vazia. Miserável. Continuei chorando todos os dias.
Algumas vezes, a dor e desespero que eu sentia eram tão grandes que eu tentava me ferir pra ter algum alívio porque mentalmente eu era uma bagunça, perdida e desesperançada. Meus pulsos começaram a ter cicatrizes e cortes de épocas diferentes, com cores e tamanhos diferentes e aquilo não me incomodava. Eu estava sempre com blusas de frio, mesmo morando em uma cidade extremamente quente.
Os cortes eram uma forma de alívio temporário, não eram uma tentativa de acabar com a minha vida. Mas houveram sim tentativas de suicídio. Na época eu não tinha tanta informação e só por isso eu continuei viva: escolhia sempre o medicamento errado. Geralmente um benzodiazepinico. Algumas vezes, tomava doses tão extravagantes que ficava totalmente drogada, tinha rebaixamento de consciência e não conseguia lembrar o que tinha acontecido. Dormia por 15 horas seguidas, acordava chorando por ainda estar viva.
Viver nunca foi fácil. Eu pude encarar a morte várias vezes mas nunca soube lidar com a vida. Me pergunto se algum dia as coisas vão melhorar.
Mentalmente, continuo uma bagunça, ainda mais perdida que antes, mas acho que tenho esperanças, afinal hoje eu sei muito bem o que fazer caso queira acabar com a minha vida e, ainda assim, aqui estou.