sexta-feira, abril 16, 2010

Aqui. Sem mais.

E é aqui. Deixo registradas minhas mágoas, decepções, não-realizações e, principalmente e felizmente, sonhos. Entrego aqui, em forma de palavras (muito mal dispostas, devo dizer), tudo o que deveria ter sido e não foi, tudo o que esperei na certeza de que seria em vão. Escrevo aqui o abandono letal que hoje torna minha vida quase insuportável, quase cruel, e extremamente impiedosa. E afirmo: escrevo, nunca que unicamente para expressar essas sensações absurdamente singulares e arrasadoras que levo no peito, mas tentando abandoná-las apenas e apenas aqui, esquecê-las, sobrevivê-las. Esse é todo o sentido que posso atribuir à minha vida, pelo menos até agora. Escrever é a única maneira de mantê-la suportável. Escrever é a única maneira segura de manter-me longe daquilo que mais abomino, mesmo e ainda quando escrevo sobre isso. É como um dom, ou um milagre. Seja o que for, escrever me torna igualmente suportável, ainda que só a mim mesma.

Agora, apenas um pedido que faço do fundo do meu coração, muito mais a mim do que a você: Tenha fé. Fé mesmo, essa que move montanhas. Fé em tudo porque a fé, mesmo sozinha, quando verdadeira torna tudo mais um simples detalhe. E, sim, nisso eu acredito. Até eu acredito.