quinta-feira, abril 12, 2012

Quando dois mundos (diferentes) colidem.

Você odeia a volatilidade dela. Acha ridículo que ela lhe é indiferente e vive em um mundo onde nada parece atingí-la. E você fez tudo quanto podia para provocá-la, ferí-la. Você queria provar a si mesmo que era melhor do que toda essa inconstância e indiferença. Você desejou do fundo do seu coração que um dia ela pisasse em terra firme, mesmo que só uma vez, contanto que o motivo fosse você mesmo.
Certa vez ela o fez. Uma única vez ela deixou transparecer humanidade, deixou que sua máscara fosse arrancada de si. E ela sentiu-se nua como nunca antes. E você experimentou o sabor doce e íntimo da vitória. Porém, sua vitória custou-lhe anos de sua vida e metade de seu coração egoísta. Se bem o soubesse, conteria a curiosidade e o atrevimento, nunca a teria olhado por dentro.
Nunca antes havia sequer imaginado que algo teria tanto brilho. O que viu dentro daquela mulher trouxe esperança e medo. Era grande, nobre, especial. Você descobriu um mundo completamente novo dentro dela. Encontrou uma alma estrelar, um coração imensurável, uma inteligência absurda, um raciocínio inovador, um mundo completamente diferente, caleidoscópio, sentimentos e descobertas. Você descobriu que aquela máscara era, na verdade, uma armadura.
Hoje você lança olhares de ódio pra ela, falso desprezo. Infelizmente você também descobriu que, onde ela era completa, suficiente e brilhante, você é vazio. Ela era especial. Você, egoísta. Arrepende-se amargamente do momento em que, super-valorizando seu vazio, seu nada, resolveu desistir dela. E ela era especial. Ela olhou para o horizonte e decidiu que em nada você poderia fazer falta. Ela vestiu suas peles, armaduras e máscaras e te deixou para trás.
Hoje você lança seus olhares de ódio para ela. Os mesmos olhares de ódio que você lança a si mesmo no espelho e que você sabe, nunca serão suficientes.

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